Por Ana Mônica Jaremenko*
Quando pensamos em empreender, pensamos em vários planos de negócios até chegarmos no formato de uma fábrica de chinelos. Queríamos um negócio seguro, que não propiciasse muitas perdas, por exemplo, que não tivéssemos problemas com suprimentos perecíveis como seria o caso de um negócio na área de alimentação.
Começamos sem exageros, passo-a-passo, mas com uma preocupação: Daniel estava prestes a ficar desempregado, a empresa em que trabalhava já há alguns anos anunciara seu encerramento. Tínhamos que pensar em nossa sobrevivência. O mercado e o noticiário só falava em crise. Então, como sobreviver em condições adversas e conseguir um nova colocação profissional após os 50 anos? A idade, nesse contexto é um fator negativo quando se é mais maduro, mesmo que se tenha experiência e capacidade laboral. Mesmo assim, nos atrevemos a sonhar e os sonhos caminharam para os planos e projetos e que culminaram com a realização. Mas, sempre com os pés no chão.
Desde o princípio, queríamos um empreendimento familiar que nos permitisse viver com dignidade, tendo o suficiente para o sustento de nossa família, garantindo uma boa qualidade de vida sem exageros. Também pensávamos no envolvimento de nosso filho com o negócio, fazendo com que ele reconhecesse o valor do trabalho, a alegria e a honra de se produzir algo com ética, moral e decência e ainda ter condições de ajudar outras pessoas. Diante dos valores invertidos que temos visto por aí e de tantos referenciais equivocados, essa era uma preocupação constante, para que nosso filho se mantenha no caminho do bem.
Pensamos em outros nomes que no fim se mostraram inapropriados. Foi nesse estágio inicial, de planejamento e de escolha do nome que nosso filho se envolveu no projeto. Opinou negativamente sobre o nome que havíamos escolhido e começou a fazer sugestões (Temas Esportivos é uma sugestão dele, que é atleta de taekwondo) e a nos incentivar na busca de um nome ideal. Pensamos até em colocar nosso nome de família, do qual temos muito orgulho. Pesquisamos em dicionários - de Português, Inglês, Alemão, Ucraniano -, estudamos a etimologia de várias palavras eté que chegamos ao dicionário de Latim e encontramos a palavra GRADATUS.
GRADATUS vem do latim e significa gradativo, passo-a-passo. vimos que essa palavra tinha tudo a ver com o negócio e com nosso espírito de empreender - gradativamente, passo-a-passo, sempre com os pés no chão.
Buscamos também o significado e a história dos chinelos e um dos significados que nos chamou a atenção foi "calcanhar livre". Sim, liberdade nos chamou a atenção na etimologia da palavra sandália. Esse foi para nós mais um estímulo ao empreendedorismo - buscar nossa independência financeira.
Assim surgiu GRADATUS CRIAÇÕES. Não pensamos em ficar só na produção de chinelos, pois a criatividade move nosso espírito. Também não pensamos numa palavra só para gerar um nome mas uma marca. Os chinelos são o primeiro passo do qual nos honramos e que, apesar de sempre terem feito parte de nossa vida, agora entraram para nossa história.